terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Comodidade de alma

Berna, 02 de janeiro de 1947.

"Querida,
Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perder o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo.
Eu queria tanto, tanto estar junto de você e conversar e contar experiências minhas e de outras pessoas. Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Eu mesma não queria contar a você como estou agora, porque achei inútil. Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, ou a falta de caráter, um mês antes de irmos ao Brasil, para você estar prevenida. Mas espero de tal forma que no navio ou avião que nos leva de volta, eu me transforme instantaneamente na antiga que eu era, que talvez nem fosse necessário contar. Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo o interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu... em que pese a comparação... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. Espero que no navio que me leve de volta, só a idéia de ver você e de retomar um pouco a minha vida - que não era maravilhosa mas era uma vida - eu me transforme inteiramente.
Uma amiga, um dia, encheu-me de coragem, como ela disse, e me perguntou: "Você era muito diferente, não era?". Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou essa calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinquenta anos. Tudo isso você não vai nem sentir, queira Deus. Não haveria necessidade de lhe dizer, então. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que faz um pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - esse é o único meio de viver.
Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Isso seria uma lição para mim. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade de alma.
Tua Clarice."

(Em 95, o escritor Caio Fernando Abreu, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, publicou essa carta que teria sido escrita por Clarice Lispector a uma amiga brasileira. Ele comenta, no artigo, que não há nada que comprove sua autenticidade, a não ser o estilo-não estilo de escrita de Clarice Lispector. Ele dizia: "A beleza e o conteúdo de humanidade que a carta contém valem a pena a publicação...")

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Mais uma

Complementando a sessão "Ninguém Merece!":
Sair de São Paulo, onde morei 2 anos, tendo enfrentado raríssimos dias de trânsito infernal (já que eu só usava o carro à noite e nos finais de semana), e ENFRENTAR CONGESTIONAMENTO TOOOODOS OS DIAS, a caminho do trabalho, aqui em Maceió, uma cidade desse "tamanhinho"! Aqui não pode ter um atropelamento de barata que tudo pára!!! Solução 1) Baratas, fiquem em casa!; Solução 2) Rodízio urgente! (não o de carne, pelamordeDeus, de quem passo longe há muitos anos!)

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Ciso = diversão!

O nascimento do ciso, para mim, era sinônimo de vida adulta e de dor... E, para muita gente que passou pela experiência, é! O meu primeiro começou a nascer agora (retardado) e, ao contrário do que pensava, está sendo sinônimo de brincadeira de criança! Aquela sensação do novo dentinho, só a pontinha aparecendo... Fico passando a língua nele o dia todo... É o meu mais novo brinquedo!
P.S.: Estava aqui pensando: como é que um pai e uma mãe têm coragem de amarrar um pedaço de fio dental no dentinho de leite de uma criança indefesa, frágil, e ZUM, puxar com tudo?!!! Affff! Se depender da minha coragem, meus filhos engolirão todos os dentinhos quando estiverem dormindo... rssss

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sessão "Ninguém merece!"


NINGUÉM MERECE:

1) Ficar horas ligando para uma infinidade de pousadas em vááários lugares diferentes e não encontrar vaga em UMA SEQUER para passar o final de ano...;
2) O chefe pedir férias, depois de passar um ano inteiro "na pressão" (ressalte-se que ele tem direito a 60 dias de férias por ano mas, até então, não tinha usufruido um diazinho sequer), e, mesmo assim, continuar indo trabalhar durante o período que seria de descanso (p/ ele e p/ nós, que ficamos! :) ;

3) Estar toda animada ouvindo MP3, eqto caminha na praia, e, de repente, na melhor música, a pilha acabar (no início da caminhada!);

4) Lavar TODA a louça de casa (é, dessa vez eu esperei sujar absolutamente TUDO!);

5) Morar a mais de 2.000km do seu namorado;
6) A conta de telefone!!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

1 ano de muitos cafunés!

Em homenagem ao meu gatinho, que nunca dispensa um "cafuné" nas costas...
Obs.: Imagem retirada do site www.bacaninha.com.br

segunda-feira, 26 de novembro de 2007


FECHADA PARA BALANÇO!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Duas pedras preciosas

Uma é responsável, dedicada, amiga, prestativa...
A outra é espontânea, amiga, fashion, leve...
Estou falando de duas pedras preciosas na minha vida... minhas irmãs, aniversariantes do mês.
Porque a gente vai descobrindo que nossa vida realmente só tem sentido por causa disso... da família.
Dizem que amigo é o irmão que a gente escolhe... Eu diria que minhas irmãs são amigas que eu escolhi.
Beijo no coração de cada uma, da irmã-coruja!

Compulsões

Nem me perguntem o porquê, mas eu tenho algumas "compulsões gastronômicas"... Não pensem que isso significa atacar a geladeira no meio da madrugada ou coisas do tipo. É compulsão por preparar algumas coisas... se eu não fizer, eu tenho um surto (acho q o fato de ter necessidade de fazer já é um surto, não?!). São elas:
1) salada de frutas (essa eu fui contaminada por uma amiga querida) - dias de calor;
2) brigadeiro e afins - dias de TPM; e
3) sopa de legumes - dias em que tenho dificuldades para fechar a calça jeans.
E não pensem que é um simples desejo de comer essas coisas... É o processo de preparar que me satisfaz, "VOCES-NAO-TAO-ENTENDENDO!!!".... Por exemplo, o brigadeiro... eu faço uma lata inteira, só como uma colher (de sobremesa, rasa) que raspo da panela, o resto fica esquecido na geladeira (ou faço bolinhas e levo p/ o trabalho, a pedidos). Dá para entender?
Pois, só de falar, já está me batendo a compulsão nº 1...
Loucura não se explica e, no meu caso, não faz mal a ninguém...
Hoje é dia de salada!!! \o/

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Vento no Litoral

"De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
(.......)"
Renato Russo

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

"Deus abençoe essa bagunça"








"A Teoria do Caos para a física e a matemática é a hipótese que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser "instáveis" no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a interação de elementos de forma praticamente aleatória." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_caos)

Entendeu nada? Pois é... também não. Mas pouco importa. Estou aqui para apresentar a minha própria Teoria do Caos.
Sabe que eu descobri há algum tempo que a organização da minha casa é diretamente proporcional à organização da minha vida?! Descobri que, quando minha vida está um caos, a casa fica confusa do mesmo jeito. Pensamentos confusos, mistura de idéias, sentimentos e sensações geram roupa jogada na cama, objetos pelo chão, malas não desfeitas...
Ando um caco esses dias... e os pedaçinhos estão espalhados pela casa inteira...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quintana e seu humor


"Enforcar-se é levar muito a sério o nó na garganta"
Mario Quintana

sábado, 27 de outubro de 2007

Complicadas?! Nós?!

Muuuitos risos......
P.S.: Clique nos quadrinhos para ver melhor!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Para quem não conhece: Moska!

Além de ter uma voz divina, ele compõe letras inteligentíssimas. Muitos não o conhecem, mas pode confiar: vale a pena ouvir Paulinho Moska (hoje, só Moska). Aliás, a letra da música cantada pela Zélia Duncan na abertura da novela Sete Pecados, "Carne e Osso", é composição conjunta dos dois. Genial! Também genial, que achei agora na Internet, é a relação entre o texto e a seqüência de autoretratos que ele tirou em uma de suas viagens pelo mundo, aproveitando o reflexo de sua imagem em um aparador de toalhas. Confiram:
http://paulinhomoska.multiply.com/photos/album/41/_METALMAN_

The voiceless girl


Seguindo a onda dos "sem-teto" e dos "sem-terra", hoje estou fazendo parte do grupo dos "sem-voz". Pois é... minha principal fonte de comunicação está limitada, sabe lá Deus por que! E lógico que não havia dia melhor para Murphy fazer com que, justamente hoje, eu recebesse diveeersos telefonemas (pior de tudo: importantes e de pessoas que eu não conheço! Acho que pensaram que eu era um robô, porque, juro, era o que parecia!).
Mas confesso que está sendo divertido ver todo mundo rir da minha cara...
O duro, aí sim muito duro, foi não ter voz para dirigir cantando(na verdade, gritando)... com isso não me conformei. Aí ferrou tudo. Fui teimosa e agora estou aqui em casa, fazendo gargarejo de água morna com sal para ver se amanhã posso voltar a soltar a porção cantora que há em mim...

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta."
Cecília Meireles
P.S.: Desenho de minha autoria, quando eu tinha 3 anos! rs

domingo, 21 de outubro de 2007

Não tem preço

Vc liga p/ uma amiga, quer sair p/ conversar... ela diz que já tem outro convite, de um grupo, p/ sair... E diz: Acho q vc não quer ir junto, né? Então eu vou só com vc... E vc ganha o dia por causa disso!

"Hoje estou muito delicada, me interessam principalmente flores e passarinhos"
Clarice Lispector

sábado, 20 de outubro de 2007

Para o arquivo

Para constar, música linda não composta, mas cantada por Marina Lima...

Pessoa
Composição: Dalto e Cláudio Rabello

Olhar você e não saber
Que você é a pessoa mais linda do mundo
E eu queria alguém lá no fundo do coração

Ganhar você e não querer
É porque eu não quero que nada aconteça
Deve ser porque eu não ando bem da cabeça
Ou eu já cansei de acreditar

O meu medo é uma coisa assim
Que corre por fora, entra, vai e volta, sem sair
Não, não tente me fazer feliz
Eu sei que o amor é bom demais
Mas dói demais sentir...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

...

“Que dias há que n´alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei donde,
vem não sei como, e dói não sei porquê”.
Caio F. (Cartas)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Foi melhor e (pasmem!) não estragou

Os últimos 15 dias foram de encontros, comemorações e descanso, como previsto. De quebra, ainda fui bem servida com uma companhia perfeita, palavras doces, inesperadas e sinceras, aconchego, compreensão, presentes, mimos, comida boa e sorrisos... A parte difícil foi só a saudade...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Se melhorar, estraga.

Semana de encontros, comemorações e descanso.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Luz no fim do túnel

Todo mundo sabe que a relação "chefe X subordinado" sempre deu origem a muitos problemas. Mas isso não é, necessariamente, uma verdade absoluta. Veja.
Você se mata tentando entender um processo enooorme que o seu chefe te passou. Isso dura algumas semanas.
Depois de um certo tempo, você se convence de que não conseguiu entender "bulhufas" daquilo ali, muito menos o que deve ser providenciado naqueles autos.
Você desiste. Resolve ser humilde e franca com seu chefe, pedindo explicações a respeito daquele "bicho-de-sete-cabeças-onde-eu-meti-pelo-amor-de-Deus".
E aí você percebe que ele sabe muito menos que você. Só finge o contrário, com a humildade inerente à maioria dos chefes.
Aí você olha para ele e vem uma vontade in-con-tro-lá-vel de rir. Por dentro. Mas rir muuuuito! A partir daí tudo flui. Aparece uma luz esclarecedora do além e você consegue entender absolutamente tudo. Do processo e das máscaras do ser humano.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Insensatez

"Às vezes quero crer, mas não consigo
É tudo uma total insensatez"
Toquinho

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Falta de modos


Aqui na minha cidade ligar o "pisca-pisca" do carro significa gritar "aceleeeeera!!!!!!" É uma questão de segundos... Se alguém percebe seu "pisca-pisca" ligado, pode desistir de entrar onde você queria... E não adianta ser mulher, não adianta ser educada, não adianta ser bonita, não adianta nada. O único jeito é ir se emburacando e pronto! É assim que funciona! É duro ter modos nessa cidade...

sábado, 15 de setembro de 2007

Do pensamento

"Alguém aí sente isso? Como eu sinto, desde menina, cócegas estranhas, que me inquietam e me agoniam, por causa desses seres viventes, que tem funções biológicas que nunca entendi. Por que, afinal, essa complexidade toda? Essa chatice indagativa existencial?Por que não sou uma burra? Por que eu não sou uma mesa? Simples como uma mesa? Prática. Aceitável. Necessária." Fernanda Young

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Hoje eu descobri que a coisa mais linda pode ser também a coisa mais triste...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

(...)

E porque eu choro toda vez que ouço essa música...
E porque eu sou assim mesmo muito-sensível-e-daí...
E porque hoje eu estou, como diz Zeca Baleiro, "tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar"...

Um pouquinho de Chico...

"Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
"
Chico Buarque e Edu Lobo

Só de sacanagem

"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas, que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais!
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz!
Meu coração está no escuro, mas a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. "Não roubarás!", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! (...)
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesto ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: "Deixe de ser bobo! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!" E eu vou dizer: "Não importa! Será esse o meu Carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos... Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambau!
Dirão: "É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!" E eu direi: "Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!"
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!"
(Texto da Elisa Lucinda, divinamente recitado pela Ana Carolina no CD com o Seu Jorge)

sábado, 1 de setembro de 2007

Melancia sabor banana


Você já comeu uma melancia sabor banana?! Nããããão???!!!
Calma, não é uma nova modalidade de fruta geneticamente modificada... Você pode prepará-la em casa. A receita é simples...
Passo 1) Compre meia melancia e ponha na geladeira, só com um "plastiquinho" por cima;
Passo 2) Em seguida, ponha uma penca de bananas muito maduras na geladeira, ao lado da melancia, e aguarde por 1 dia;
Passo 3) Pronto! Agora é só cortar uma fatia da melancia e provar!
Passo 4) Jogue tudo no lixo!

Aviso: Comer melancia sabor banana pode causar a "expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca"!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

E por falar em saudade...

Tomei a liberdade de escrever aqui o que uma amiga muito querida-e-amada-e-indispensável escreveu num antigo blog dela para mim, quando eu estava indo visitá-la em Campinas...
Amiga linda, roxa de saudades de você!!!

"... que bom que eu tenho em minha vida pessoas como você. Que bom que você existe. Que bom que eu escolhi errado o que fazer naqueles primeiros anos de vida adulta. Que bom que é te saber tão perto, ainda que tão longe. Que bom que é te ter quase ao alcance de um abraço. E que bom, que muito bom é saber que seus sorrisos estão a caminho. Os meus, enormes e acumulados, estão a postos. E se eu chorar, "por favor, entenda / é apenas o meu jeito de dizer o que é amar"."

O livro ou a sabedoria?

Eu sempre ouvi dizer, por aí, os malefícios do ato de dar esmolas. E sempre concordei com todos eles. Mas hoje foi inevitável...
Eu, entrando no carro...
Vem um garotinho correndo de muito longe, aparece na janela e diz: "Tia, me dá um trocado que eu tava olhando seu carro."
Eu, com uma cara de ironia: "Olhando meu carro??? Você está até cansado de tanto que correu para dar tempo de falar comigo."
Ele, com um sorriso um tanto maroto, um tanto inocente, disse: "Ô Tia, sempre que a senhora pára aqui eu olho o carro da senhora. Lembra que até uma vez você me pediu para eu comprar uma água mineral nessa banca para eu pegar o troco?" (Detalhe: esse fato que ele mencionou aconteceu há uns 6 meses! E eu nunca mais apareci lá...)
Aí eu não resisti... dei toda a coleção de moedinhas que achei na bolsa! E ainda saí feliz da vida...
Apelo emocional é covardia! :)

Aproveitando o assunto...
Outro dia estávamos eu, minha família e alguns amigos num bar... entre eles o queridíssimo escritor Rubem Alves...
No meio da noite, aparece um garoto, recitando poesia todo desenvolto (tipo guia turístico) em busca de uns trocadinhos.
A poesia falava sobre Deus encantado com as belezas naturais de Maceió... Dizia, entre outras coisas, que Ele achava delicioso andar de jet sky pelos mares dessa cidade maravilhosa...
O Rubem, como sempre bem-humorado, ao final da poesia, observa: "Olha, adorei a poesia, mas ela contém um erro: Deus não precisa de jet sky para andar sob as águas..."
Resposta do humilde garoto de rua: "Ah, Tio, eu sei, mas é que Deus tava avexado."

"Por isso eu pergunto/A você no mundo/Se é mais inteligente/O livro ou a sabedoria/O mundo é uma escola/A vida é um circo/Amor palavra que liberta/Já dizia o Profeta"
Música que Marisa Monte compôs em homenagem ao "Profeta Gentileza", um andarilho que caminhava pelas ruas do Rio de Janeiro pregando o amor, a bondade, o respeito pelo próximo e pela natureza

sábado, 25 de agosto de 2007

Amo, logo existo

"...sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois eu acordava no meio da noite só para ver você dormindo. Meu Deus como você me dói vez em quando. Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio de uma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada... só olhando olhando e pensando meu Deus ah meu Deus como você me dói vez em quando". Caio Fernando Abreu

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Milágrimas

Milágrimas
(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte de cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre

Caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa coma somente a cereja
Jogue para cima faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre

Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal do sal do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre
A cada mil lágrimas sai um milagre

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Amar, apesar de

Sabe aqueles momentos em que, a despeito de você não estar nos seus melhores dias, a única coisa que você quer é dar colo ao outro?! É nessas horas que compreendo as palavras do Quintana: "Amar é mudar a alma de casa."

domingo, 12 de agosto de 2007

Dia dos Pais


Paizinho,

Pelo exemplo de caráter e honestidade,

Pelas demonstrações de carinho, sempre discretas e sinceras,

Pela confiança na minha capacidade,

Pelos sonhos que você me ajudou (e ajuda) a realizar,

Pela cumplicidade,

Pela solidez da nossa família,

E por você ser o único homem no mundo que eu gostaria de ter como pai,

EU TE AMO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS! Obrigada por tudo!!!

Um beijo bem demorado, com muito amor, carinho, respeito e admiração,

Sua filha-lagarta (lembra dos caroços de goiaba que você me dava?!).

P.S.: O Steve Martin parece, queria ser, mas não é! :)

sábado, 11 de agosto de 2007

"Saudade engole a gente..."

"A Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." Clarice Lispector
Aprendi a conviver com a saudade por necessidade. Ou aprendia, ou ela me engolia. Mas confesso que, de vez em quando, ela me maltrata um pouquinho... Nem bate na porta... entra sem pedir licença e sai ocupando cada pedaçinho de mim... E permanece... Latejante! Hoje ela estava assim.... doeeendo! Aí resolvi fazer um brigadeiro, para ver se ela me esquecia... Não é que acabei queimando meu dedo... Agora estou aqui... com a saudade e com meu dedo... Latejantes!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Falta de tempo X Inspiração

Enquanto a falta de tempo bloqueia a inspiração, enquanto a realidade ofusca a poesia, abaixo um texto de Clarice Lispector, sempre maravilhosa:

"POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
in "Para não esquecer" - 5ª ed. - Siciliano - São Paulo, 1992

domingo, 5 de agosto de 2007

Mimosa-Pudica


Você já ouviu falar em "Mimosa-Pudica"? Esse é o nome científico para uma espécie de planta sensitiva. "Ao serem tocadas, as suas folhas se fecham. Essa ação é um tipo de proteçao da planta. Têm por finalidade que a folha se afaste de um predador.
Dessa forma, a cada toque que a planta recebe (que seria recebido como ameaça) ela se fecha pois algumas células, localizadas na base de cada folha consegue perder água rapidamente. O cálcio e o potássio, elementos que estão presentes nesta planta - são responsaveis por direcionar a água para alguns espaços entre as células, causando o tal fechamento, ou encolhimento. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Sensitiva"

Estava pensando esses dias... Você nunca esbarrou na sua vida com uma pessoa "sensitiva"? São aquelas cheias de proteções; ao primeiro sinal de perigo se fecham, não arriscam, não se entregam... Só se abrem quando não existe nada ameaçador por perto. No fundo, acho que a maioria de nós é assim: escondemos nossas fragilidades sob o manto de uma aparente independência e pseudo-força. É mais fácil nos mantermos incólumes se não existe entrega, é mais fácil sermos prudentes do que convivermos com a dor da perda. Será que esse é o caminho? Prefiro concordar com a lição do Drummond: 'A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.'

Uma boa entrega p/ vc! Beijinhos...



sexta-feira, 27 de julho de 2007

Burrice dos olhos

Para os acometidos de "cegueira" para os milagres cotidianos, para os que sofrem de "burrice dos olhos", um texto de Cecília Meireles. "É preciso aprender a olhar"...

A arte de ser feliz
Cecília Meireles


Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.