quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Balanço de 2008


Quero encerrar esse ano pensando nas coisas boas que ele me trouxe...
Os amigos verdadeiros que fiz, a viagem para o Canadá (a foto ao lado é uma das preferidas que tirei lá, na estrada...), os sabores que conheci, a presença de amigos queridos, vindos de longe, na minha cidade, as saudades que tive de coisas, cidades e pessoas, as certezas que decorreram dessas faltas e, por fim, para fechar com chave de ouro, a remoção do meu chefe.

Um novo ano de muito amor e beleza para todos, e que tenhamos olhos para enxergá-los em cada detalhe do nosso dia-a-dia.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Novo Ano

QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE QUE SEJA DOCE.
Seguindo os conselhos de Caio F., repetindo 7 vezes, para dar tudo certo no ano que vem.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sábio CAZUZA

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver

Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu

O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

O nosso amor a gente inventa, inventa
O nosso amor a gente inventa, inventa

Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa

Mas ficou tudo fora do lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma estória romântica

O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Constatação de Natal

Adoro o Natal, ao contrário de muita gente que acha uma data melancólica. Mas: ODEIO o trânsito do Natal, ODEIO as filas do Natal e ODEIO os preços do Natal (confesso que algumas mensagens de Natal também... rs)...
Papai-Noel, eu só queria um chefe bem bonzinho de presente... Juro (com mãozinhas juntinhas, ajoelhada e tudo) que não vou dar trabalho no ano que vem!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

...


E a solidão das pessoas
dessas capitais
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais.
- Belchior -

Eu hoje ando atrás de algo impressionante
que me mate de susto
um impulso, um rompante
que é pra me desviar desse mar de calmante.
- Adriana Calcanhoto -

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

"É só mistério, não tem segredo"

Infinito Particular
Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler

Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder

Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Das coisas que valem e que não valem a pena

Eu juro: sou a pessoa mais compreensiva do mundo. Mesmo quando não concordo, primeiro tento argumentar. Caso não tenha jeito (de eu ou a pessoa mudar de idéia), tenho ainda dificuldades em dizer não (já fui pior!).
Mas, olha, não queira me passar a perna. O bichinho manso se transforma em fera.
Dar mancada, cometer erros pontuais, até ser apenas negligente... Compreensível! Todo mundo está sujeito a isso. Eu, inclusive, quando mais nova, já precisei do perdão de uma amiga querida. E o perdão dela foi uma das coisas mais lindas que já me aconteceram. Agora, falta de caráter...
E, sim, eu procuro ser muito correta no meu trato com as pessoas, mas (seja defeito ou não) eu também espero isso dos outros no trato comigo. O que elas fazem da vida delas não me diz respeito, mas o que elas fazem (ou tentam fazer) comigo me afeta. Com toda força. Nesse aspecto, analiso-as com "um código moral extremamente rigoroso", como dito no filme "Na Natureza Selvagem" (e sei que, à medida que a idade chega, a coisa vai piorando).
Hoje eu esbarrei com uma dessas pessoas que fazem com que percamos o nosso dia...
Em compensação, hoje também tenho o rosto da minha sobrinha para ganhar o dia e a frase que acabei de ler de Guimarães Rosa no "Grande Sertão: Veredas":

"Mas, na ocasião, me lembrei dum conselho que Zé Bebelo um dia tinha me dado. Que era: que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice. E fato é."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

The sweetest thing

Ontem, depois de 9 meses esperando, finalmente conheci o rosto da Marina, a Nina, a coisa mais delicada da titia...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dura realidade

(kkkkk...)*
*Vi esse quadrinho no blog http://julianadalsasso.blogspot.com/ (que eu adorei... um verdadeiro acervo de frases e trechos interessantes!). A origem do quadrinho, na verdade, é do site http://chiqsland.uol.com.br/.

Feriado?!

Chefe está indo embora dia 19/12 (Deus-o-leve!). Para se despedir em grande estilo, pediu para eu vir trabalhar no feriado, para dar conta do que ELE QUER até a sua saída. E o sol lá fora não poderia estar mais tentador... Solução: fechar as persianas do gabinete e fazer dessa sala a única realidade de hoje. Até às 17hs. Depois compenso com uma corrida na praia e uma água de coco. Amém.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Apesar de...

Às vezes fico me perguntando por que que mereço algumas coisas....
O concurso em que passei é uma delas...
Essa semana tive 4 demonstrações de amor... De pessoas que eu amo também... E é tão lindo isso... essa sintonia, APESAR DA distância, APESAR DA falta de tempo, APESAR DAS diferenças... Aquele bonito "apesar de" de que a Clarice Lispector falava...
Amo todos, incondicionalmente. Apesar de.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Lista de filmes

Como gostei da idéia da lista de livros, para não deixar passar nenhuma dica, decidi também fazer uma lista de filmes, para me ajudar na hora de ir à/ao locadora/cinema. Lá vai:

1) Sylvia - Achei bom para conhecer a história dela. Porém, acho que a Gwyneth não convence. Talvez seja por estar acostumada com outro tipo de atuação dela. Senti falta de intensidade na atuação;
2) Antes que anoiteça
3) Mar adentro
4) Juno
5) Rede de Mentiras
6) Bonequinha de Luxo
7) Casablanca
8) Queime depois de ler
9) A condessa descalça
10) Nenhum a menos
11) O Caminho para Casa
12) Clã das Adagas Voadoras
13) A promessa - Embora seja do Sean Penn, sou obrigada a dizer q não gostei... ;
14) Apenas uma vez - Não tem na Locadora! :(
15) O Banheiro do Papa - Lindo!!!
16) O Gangster - Gostei!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Espectadora da própria vida*

Andei lendo umas cartas antigas. Sempre que faço isso, me surpreendo. Com o que escrevi, com o que sentia, com a forma como administrava tudo isso, e como tudo mudou...

"Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu.
Encontro às vezes, na confusão vulgar das minhas gavetas literárias, papéis escritos por mim há dez anos, há quinze anos, há mais anos talvez. E muitos deles me parecem de um estranho; desconheço-me deles. Houve quem os escrevesse, e fui eu. Senti-os eu, mas foi como em outra vida, de que houvesse agora despertado como de um sono alheio."

Fernando Pessoa, Em Livro do Desassossego.

*Descobri hoje que existem as duas palavras: expectador (aquele que está na expectativa) e espectador (aquele que assiste a qualquer espetáculo).

Cancao de ninar...

Amiga, estava precisando de um acalanto assim, para dormir, e voce, como sempre, acertou.
Essa sua presenca sempre doce, sendo simplesmente voce...
Te amo muito!
Beijo, roxinha de saudades...

http://blip.tv/file/550025/

Simplicidade
Pato Fu

Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre portas e escolhas


"Não vou pedir a porta aberta
É como olhar para trás."
Ana Carolina
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" Tenho por princípios nunca fechar portas,
mas como mantê-las abertas o tempo todo
se em certos dias o vento quer derrubar tudo?"
Adriana Calcanhoto
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"Não deixe portas entreabertas
Escancare-as
Ou bata-as de vez.
Pelos vãos, brechas e fendas
Passam apenas semiventos,
Meias verdades
E muita insensatez.
"
Flora Figueiredo

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

É o que me interessa

"Daqui desse momento, do meu olhar pra fora
o mundo é só miragem
A sombra do futuro, a sobra do passado
assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
em nossa recompensa?
Quando eu olhar pro lado
eu quero estar cercado
só de quem me interessa

Às vezes é um instante,
a tarde faz silêncio,
o vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto
e é como uma saudade de um tempo
que ainda não passou
Me traz o teu sossego,
atrasa o meu relógio,
acalma a minha pressa
Me dá sua palavra,
sussurre em meu ouvido
só o que me interessa

A lógica do vento,
o caos do pensamento,
a paz na solidão
A órbita do tempo,
a pausa do retrato,
a voz da intuição
A curva do universo,
a fórmula do acaso,
o alcance da promessa
O salto do desejo,
o agora e o infinito,
só o que me interessa."

Lenine

domingo, 30 de novembro de 2008

Esponja

Como explicar?
Uma superabundancia de emocoes...
Uma intensidade fora do comum... (adoro essa palavra... intensidade...)
Uma sensibilidade a flor da pele...
Como 'e que se explica essa sensacao?
Ando absorvendo tanta sutileza delicada nos meus dias...
Algo que ultrapassa a razao e o limite das palavras...

Ja nao caibo mais em mim...

P.S.: Ah, ia esquecendo... Dica do final de semana: Wood Allen... Vicky Cristina Barcelona... (Ia dizer que Javier esta um charme nesse filme, mas soa inevitavelmente redundante...)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tom Zé

Esse artista com um quê de genialidade e de loucura...
Uma das surpresas boas da semana.
Essa minha busca tem trazido resultados lindos... O Tom Zé foi só um deles...
Recomendo! Novo cd: "Estudando a Bossa"... Recomendo ainda mais ao vivo... 72 anos com uma vitalidade de 20...
Saí de la respirando poesia...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Da leveza

Ela: Estou pensando em passar uns meses fora, no próximo ano. Viajar de novo...

Ele: Mas de novo? Você está fugindo de quê?

Ela: Estou fugindo de nada. Estou buscando. Buscando fazer o que gosto.

Ele: Por que você não faz uma terapia?

Ela: Por que você leva a vida tão a sério?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

...

"Deixa-te disso, criança,
Deixa de orgulho, sossega,
Olha que o mundo é um oceano
Por onde o acaso navega.
Hoje, ostentas nas salas
As tuas pomposas galas,
Os teus brasões de rainha;
Amanhã, talvez, quem sabe?
Esse teu orgulho se acabe,
Seja-te a sorte mesquinha.
(...)

De nada vale o que tens
Que não me podes comprar;
Ainda que possuísses
Todas as pérolas do mar!
És fidalga? - Sou poeta!
Tens dinheiro? - Eu a completa
Riqueza no coração;
Não troco uma estrofe minha
Por um colar de rainha
Nem por troféus de latão.
(...)

Por isso quando me falas,
Com esse desdém e altivez,
Rio-me tanto de ti,
Chego a chorar muita vez.
Chorar sim, porque calculo,
Nada pode haver mais nulo,
Mais degradante e sem sal
Do que uma mulher presumida,
Tola, vaidosa, atrevida.
Soberba, inculta e banal."

Trasíbulo Ferraz

Eu mudo, o mundo muda.

O banco do meu carro é meu divã. É sentar para dirigir que começo a viajar. Literalmente. Hoje estava pensando nessa coisa interessante que é nossa vida... Como uma simples mudança na nossa forma de encarar as coisas, muda tudo, mesmo diante das mesmas circunstâncias. Até as pessoas mudam. Foi então que descobri o quanto é simples ser feliz. Simples e difícil. Difícil porque é preciso muito exercício para encarar a vida de forma simples. O fácil é nos queixarmos. A eterna insatisfação humana. Quando nos calamos para ouvir o que a vida tem de bonito para falar... é isso que chamamos de Felicidade.

"Na vida, quem perdeu o telhado
em troca recebe as estrelas."
Tom Zé

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Da delicadeza...

"EU ACHO TAO BONITO ISSO, DE SER ABSTRATO..."

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Lista de livros

Resolvi fazer, aqui, uma lista dos livros que pretendo comprar, para ficar registrada. Ficarei atualizando à medida que for comprando e que souber de outros... Dicas serão bem-vindas. Lá vai:
1) Na Natureza Selvagem (alguém tinha dúvida? rs), de Jon Krakauer - COMPRADO E LIDO - Fantástico!;
2) Felicidade Familiar, Leon Tolstoi;
3) Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector;
4) Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu;
5) Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa - CONSEGUI EMPRESTADO E ESTOU LENDO;
6) Mar sem fim, Amyr Klink - COMPRADO;
7) Comer, rezar, amar, de Elizabeth Gilbert - COMPRADO E LIDO;
8) Para Francisco, Cristiana Guerra - COMPRADO E LIDO;
9) Montanha Russa, Martha Medeiros - COMPRADO E QUASE TODO LIDO;
10) Guerra e Paz - Tolstói - COMPRADO;
11) "Índia - Um olhar amoroso", Jean-Claude Carrière;
12) "Desobediência Civil", Thoreau;
13) O chamado da Floresta, Jack London - COMPRADO;
14) "O príncipe e o mendigo", Mark Twain - COMPRADO, LENDO;
15) A Insustentável leveza do ser, Milan Kundera;
16) "Planisfério Pessoal", Gonçalo Cadilhe...


P.S.: Livros de auto-ajuda, daqueles diretos, com liguagem tipo: "Faça uma lista do que você quer fazer no ano que se inicia; agora feche seus olhos e relaxe, pensando num lugar tranqüilo e renovador..."... Nem tentem! Sou que nem criança... só me interesso e apreendo por meio de contos, de romances... do meu lado adulto, acrescento também as crônicas e poesias. E só.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

16/11/72 - O dia em que o mundo ficou melhor...

Estava tentando lembrar como eu e a Lu nos aproximamos... se pelo trabalho em si, se por pessoas próximas em comum...
Mas acho que a palavra que explica esse acontecimento na minha vida (é... porque a Lu aconteceu na minha vida e ficou) é AFINIDADE (embora ela já tenha confessado que não foi com a minha cara, quando me conheceu! rs).
Cito Artur da Távola para explicar um pouco sobre esse sentimento:

"(...)
Ter AFINIDADE é muito raro,
mas quando ela existe,não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.

AFINIDADE é ficar longe,
pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem
de dentro com uma aceitação
anterior ao entendimento.

AFINIDADE é sentir com...
Nem sentir contra, nem sentir para...
Sentir com e não ter necessidade
de explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.
(...)"

E com a Lu é assim... Ela compreende e consola só com o olhar. Por vezes a sinto como uma mãe, a protetora, por vezes como uma irmã, a companheira (não é à toa que minha mãe e uma das minhas irmãs têm "Luiza" no nome!)... Ela reúne a mulher forte e a amiga meiga em uma só pessoa.
A Lu é aquele tipo raro de pessoa que é impossível passar em branco pela nossa vida, e que, ao mesmo tempo, traz a sensação de que nossa vida também não está passando em branco...

domingo, 16 de novembro de 2008

Inquietacao

"Eu queria movimento e não um curso calmo de existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida tranqüila."

Leon Tolstoi em "Felicidade Familiar" (proximo livro da lista de compras)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Patience

"I've been walking the streets at night
Just tryin' to get it right (need some patience, yeah...)
It's hard to see with so many around
You know, I don't like being stuck in the crowd (could use some patience, yeah...)
And the streets don't change but, baby, the names
I ain't got time for the game (gotta have some patience, yeah...)"

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nem tudo que é certo faz bem

Essa minha mania de querer ser justa e coerente o tempo inteiro, sem descanso, ainda acaba comigo...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Jini Supertramp

"Wind in my hair, I feel part of everywhere."
Eddie Vedder

Sim, definitivamente este é o meu filme preferido. "Na natureza selvagem" ainda está martelando na minha cabeça, tocando fundo até hoje... Porque "Alexander Supertramp" sou eu, numa versão mais radical, digamos assim... E grande parte do filme se passa no Alaska, lá pertinho de onde passei o mês de agosto, me emocionando com as mesmas paisagens, conhecendo pessoas que deixaram sua marca na minha vida, cada uma à sua forma... Como se não bastasse, a trilha sonora ficou a cargo de Eddie Vedder, o que dispensa comentários... Se já era fã do Sean Penn como ator, agora virei fã como diretor. Não tinha como deixar tanta delicadeza passar em branco...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Into the wild

(Foto: Tofino/Canada - Agosto/2008)
"Os únicos presentes do mar são golpes duros e, às vezes, a chance de sentir-se forte.
Eu não compreendo muito o mar,
Mas sei que as coisas são assim por aqui.
E também sei como é importante, na vida,
Não necessariamente ser forte, mas sentir-se forte.
Confrontar-se ao menos uma vez,
Achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana,
Enfrentar a pedra surda e cega a sós,
Sem outra ajuda além das próprias mãos e da cabeça."
(Anotações do filme "Na Natureza Selvagem" - marcante, tocante, paralisante... Ainda sem fôlego para falar sobre ele...)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vida leva

"Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui."
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dos lixos não-recicláveis

É tempo de jogar fora tudo que não me serve... Por mais duro e frio que isso possa parecer, estou começando pelas pessoas... Juro que não sou dessas pessoas que consideram os outros descartáveis. Aliás, tenho que lutar contra minha natureza para agir assim. Mas é que tem gente que confunde compreensão com retardamento mental. Gente que, se não for excluída da nossa vida, apodrece, contaminando todo o resto...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

You may say I'm a dreamer

"Se o mundo o incomoda, mude-o. Mas, por favor, pare de denegri-lo sem fazer nada. Caso contrário vai-se concluir muito logicamente que este mundo que você dirige sem fazer nada para mudá-lo, no fundo não o incomoda, e que o seu desespero não é senão a fachada de um conformismo."
Bertrand Vergely, O sofrimento, pg. 39

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

30 anos pesa!

Sempre achei bobagem essa história de que os 30 anos pesavam e toda essa ladainha de pessoas que não conseguem conviver com pobres ruguinhas inocentes...
Talvez eu esteja precisando mudar meus conceitos...
É que hoje liguei para o meu plano de saúde para entender o porquê de a fatura ter vindo 1/3 maior que os meses anteriores, e me perguntaram:
"A senhora fez aniversário esse mês?"
"Sim."
"Então é isso. Dos 30 aos 39 a senhora sobe de faixa e passa a pagar mais caro."

Ui... essa pesou! No bolso.

Música que marcou, há alguns anos...

Confesso
Ana Carolina

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder vazio é empobrecer

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais

(...)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Por isso que dói

"Existem pessoas que pensam apenas com o cérebro, enquanto outras pensam com todo o corpo e toda a alma, com o sangue, com o tutano dos ossos, com o coração, com os pulmões, com o ventre, com a vida."

Miguel de Unamuno, Do sentimento trágico da vida, Martins Fontes, p. 2.
(Retirei do blog http://palavraguda.wordpress.com. Aliás, recomendo!)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ostra feliz não faz pérola

"Ostras são moluscos, animais sem esqueletos, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, de pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas - são animais mansos - seriam uma presa fácil dos predadores.
Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem.
Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas, saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário... Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste... As ostras felizes riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão..." Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor.
O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava o seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho - por causa da dor que o grão de areia lhe causava."
- Rubem Alves

Lembrei desse texto do Rubem Alves lendo o delicado blog http://parafrancisco.blogspot.com/. Este blog foi criado por uma mãe, após perder o pai do seu filho nada menos que 2 meses antes de Francisco nascer. A intenção era, de alguma forma, aliviar a dor da perda registrando toda a história de amor que os pais de Francisco viveram. Um meio de apresentar ao filho o pai que ele não teve a chance de conhecer.
Uma dor que, como a ostra, Cristiana soube transformar lindamente em pérola...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Nunca diga nunca

É vergonhoso, eu sei... Nunca pensei que isso pudesse acontecer comigo... Não tenho cara mais para olhar para ninguém... Como fica minha imagem e boa reputação, depois disso?! Será que tem volta? Será que eu tenho salvação?

Por que o drama?! Porque estou gostando de música sertaneja.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Das pequenas felicidades...

Voltando do show da Adriana Calcanhoto em êxtase...
O Caio já falava que ela era mesmo encantadora, mas superou as expectativas.
Abaixo, a letra da música que ela cantou e (me) tocou (lá no fundo da alma)... (agora que descobri que é composição do Cazuza... Coincidência?!)

Mulher Sem Razão
Composição: Cazuza / Dé / Bebel Gilberto

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto
Na escuridão do quarto

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fazendo as malas de novo...

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." - Amyr Klink

BSB para reencontrar, reviver, relaxar, sentir, curtir e tomar decisões...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Maldito Red Bull

Fui inventar de ingerir essa maldita bebida ontem à noite, não consegui dormir, vim para o trabalho praticamente direto, são 17hs16min e eu ainda estou sem sono. O olho quase nem pisca. Isso poderia significar algo bom, já que tenho mesmo que cumprir minhas 8hs de trabalho diárias. Porém, sinto-me um caco por dentro e não consigo me concentrar em nada. Nunca mais na minha vida!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Veríssimo

Da Timidez
Luiz Fernando Veríssimo
Extraído de: Comédias da Vida Pública, L&PM Editores, pp. 324-325

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre que-bram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

E o mar levou tudo embora...

Como eu tive que ficar só na vontade de gritar mesmo, já que não sou nenhuma louca-que-sai-assustando-todo-mundo-no-prédio, resolvi converter essa crise/revolta (?!)/deprê/raiva em meu benefício: fui correr na praia. Depois de muitas energias negativas deixadas no mar, junto com algumas gordurinhas e otras cositas mas, nova em folha.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

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VONTADE DE GRITAAAAAAARRR!!!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

"Inferno astral" retardado

Para espantar um pouquinho do mau-humor pós-aniversário (é, porque meu "inferno astral" é trocado... aparece depois das comemorações), um pouquinho de Luis Fernando Veríssimo:

"Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere…
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.

Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez meembrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais… os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!"

- Luis Fernando Veríssimo -

Da hesitação

"Se antes de cada acto nosso nós puséssemos a prever todas as consequências dele a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala."

- José Saramago in “Ensaio sobre a Cegueira”

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A nova "balzaquiana" da praça

As mulheres de 30
(Mário Prata)


O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:

'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.

Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: 'Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?
Mas voltemos a nossa mulher de 30, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena (ESSA PARTE EU NÃO CONCORDO! rs). Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!
A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo.
A grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.
Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.
O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.
A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30.
Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.
São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.
Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.
Ponto. Pra elas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Torrada!

É um camarão?! É uma lagosta?!
Nããããão!!!
É a Jini-pós-distração-dentro-do-mar-por-hooooras-sem-protetor-solar!
E essa é a cara com que terei que passar meu aniversário... Buááááá!!!
Pelo menos consegui arranjar uma utilidade para a máscara facial que comprei na viagem... Que seja poderosa (porque vai precisar!)!

sábado, 27 de setembro de 2008

Agora uma homenagem real...



Uma homenagem a Paul Newman, para mim um dos homens mais charmosos e talentosos do cinema, que faleceu hoje, aos 83 anos, vítima de câncer do pulmão.

P.S.: Eu gostava tanto de vê-lo atuando que a sensação é, realmente, de perda...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Uma homenagem...


Uma homenagem a meu chefe...
O superior mais inferior que eu já conheci...

"O homem superior compreende o que é certo; o homem inferior só compreende o que pretende impingir."
Confúcio (Kung-Fu-Tse)

"Um radical é alguém que vai longe demais; um conservador é alguém que não vai bastante longe; um reacionário é alguém que não anda."
Thomas Woodrow Wilson

"NADA É MAIS PERIGOSO DO QUE UMA IDÉIA, SE VOCÊ SÓ TEM UMA." Émile-Auguste Chartier

P.S.: Calma, eu não fui demitida! Nem posso! Nem ele tem essa autoridade! A indignação é apenas solidária, pelo que presencio todo dia, pela estupidez e pelo egoísmo... A impressão que dá é de que certas pessoas querem deixar o mundo de castigo, pelas desgraças que sofre/sofreu, pelos traumas que têm... Se não é feliz, como suportar o sorriso e a satisfação estampados no rosto de alguém, não é mesmo?! Morro de dó! Ou não.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Chico Buarque (nunca esquecido)

Nossa! Hoje eu preciso postar Chico, tentando consertar o abandono a que o submeti nesse blog.

"Sem fantasia" (música fofíssima, que adoro também na voz do Caetano!)

"Vem,
Meu menino vadio
Vem,
Sem mentir pra você
Vem,
Mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem,
Por favor, não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu"
- Chico Buarque
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Outra fofura, seguindo a idéia, mas agora do Pixinguinha e João de Barro:

"Carinhoso"

Meu coração
Não sei porque
Bate feliz, quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim, foges de mim
Ah! Se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E muito e muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz
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E ainda seguindo a mesma idéia (estão sentindo que me empolguei?! hehe), Caio F.:

"- Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não em você, se sempre foram de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces. Por que então assim tão de repente e duro, por quê?"

"- Seria isso, então? Você só consegue dar quando não é solicitado, e quando pedem algo você foge em desespero. Como se tivesse medo de ficar mais pobre, medo de que se alcance seu centro e nesse centro exista alguma coisa que você não quer mostrar nem dar ou dividir. Contido, dissimulado, você esconde essa coisa, será assim?" (Trechos de "Diálogo, INVENTÁRIO DO IR-REMEDIÁVEL")

"Olha, eu estou te escrevendo so pra dizer que se voce tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o comeco, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engracado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarcar, jogar, esconder, mentir. Eu nao queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, voce não me deixa" (Trechos de "Carta para além do muro")

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pensamentos soltos...

Lendo o post anterior e os comentários que a Adri e a Ju deixaram, estava filosofando...
O trecho do Caio que postei não é uma explícita injeção de alegria, como deveria ser, se minha intenção era colocar alguém "pra cima"... Talvez fosse melhor (e mais óbvio) postar uma música bem animada, tipo: "Whoooooau! I feel good, tan ran ran ran ran ran ran... I knew that I would now...", e vários bonequinhos animados dançando Macarena...
Mas, quando postei, postei com o coração... É que, quando estou triste ou passando por qualquer situação anormal, pode parecer estranho, mas me faz muitíssimo bem ler trechos de escritores (principalmente os meus preferidos) traduzindo o que sinto naquele momento. Sinto uma espécie de cumplicidade e isso me dá um alívio, por saber que eu não sou nenhum ser de outro planeta, por saber que, mesmo conhecidos, mesmo adorados por muitos, essas pessoas sentiam do mesmo jeito, tinham as mesmas fraquezas, os mesmos "ciclos secos" (nas palavras do Caio...), e puderam compreender, bem a fundo (até mais do que eu), o que estou passando.
Ler os comentários de vocês, meninas, me fez sentir, mais uma vez, a sensação de ter sido compreendida. A cumplicidade de que falava é isso aí...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Vai passar

“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso é, às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como ‘estou contente outra vez…” - Caio Fernando Abreu (para a Juliana se animar!)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um dia...

Um dia eu vou saciar essa minha sede...
Um dia eu vou abrir uma livraria e um café...
Um dia eu vou chegar para trabalhar feliz da vida e vou sair tarde do trabalho mais feliz ainda...
Um dia eu acho as respostas...
Um dia eu te encontro...
Um dia eu me encontro.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sede

Alguém sente falta, assim como eu, de ternura?! Um olhar terno, um carinho terno, um gesto terno... coisas raras hoje em dia...

domingo, 14 de setembro de 2008

Eu ainda acredito que existe a perfeição!

O AUSTRALIANO HUGH JACKMAN: Precisa falar alguma coisa?! O-que-é-esse-homem-meu-Pai-do-céu?!!! Só para completar: ele é família! Sempre é flagrado passeando com a esposa e os filhos! Overdose de perfeição! (E nem vem dizer que é cabeludo ou desleixado demais!!! Quanto mais, melhor!)







O CUBANO ANDY GARCIA:
Homem que, só de olhar, dá vontade de levar para casa, guardar num cantinho bem guardadinho, para ficar lá para sempre! Meigo, doce, sensível, intenso... O vesgo mais lindo do mundo todo! (E nem vem dizer que ele está velho!!! Um verdadeiro vinho (tinto!)... Além de estar, a cada dia que passa, melhor, é meu vício!)

P.S.: Como se tudo isso não bastasse, ainda são talentosííííssimos!



quinta-feira, 11 de setembro de 2008

"É perigoso a gente ser feliz?!"

“O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.”
Clarice Lispector

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

De volta...

Morrendo de vontade de contar cada detalhe da viagem, cada lugar que fui, cada pessoa que conheci, cada gosto que provei, cada cheiro que senti, cada sorriso que dei... Mas o tempo, agora, não me permite. De volta à realidade...
Enquanto isso, mais uma do sempre-perfeito Caio...

PARA UMA AVENCA PARTINDO

Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualquer atraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah, sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ......... ............ ............. ............ .......... ........... ............. ............ ............ ............ ......... ........... ............ ............ sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Fasten your seat belts!

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números e pontes, e semi-deuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa. Tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o." Nietzche


Uma viagem só minha, do jeito que sempre quis, onde a intenção aparente é apenas conhecer um novo país, mas a verdadeira, a que mais anima e, ao mesmo tempo, mais assusta, é desbravar uma nova "Jini".
Pronta para o desafio!

See you in one month!

quinta-feira, 31 de julho de 2008


"Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir, e os que viajam para buscar." (Érico Veríssimo)


domingo, 20 de julho de 2008

Renato Russo

"ACHO QUE NÃO SEI QUEM SOU, SÓ SEI DO QUE NÃO GOSTO."

Fernando Pessoa, p/ a coleção

"Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar,o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa. Não importa se a estação do ano muda, se o século vira, se o milênio é outro, se a idade aumenta... Conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela. Abra todas as janelas que encontrar e as portas também. Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho. Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho. Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas. Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, VOLTE! Se perceber que deve seguir, SIGA! Se estiver tudo errado, COMECE NOVAMENTE. Se estiver tudo certo, CONTINUE. Se sentir saudades, MATE-A. Se perder um amor, NÃO SE PERCA! Se achá-lo, SEGURE-O! Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada."

Janine F. sem inspiração

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!” - Caio F.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Que órgão máximo do Judiciário é esse?!

Juntando-me à onda de protestos pela decisão do Exmo. Presidente do STF Sr. Ministro Gilmar Mendes em favor de Daniel Dantas, faço minhas as palavras de Renato Russo:

"Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?"

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sede

"Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou. Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça. Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus. Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso. Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro. Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos. Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa. (...)
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho."
Clarice Lispector

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Trabalho = parto

Vc consegue imaginar o que é sentir todas as dores do parto (parto normal, sem anestesia) e depois ter que entregar o recém-nascido a um estranho?! Isso é o meu trabalho... uma gravidez ditatoriamente concedida, do filho dos outros...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Luis Fernado Veríssimo (achado no Baú)

Tu e Eu

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa.
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma missa, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um plano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.

Dizes na cara
o que te vem à cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.

Do baú

Nossa! Hoje, remexendo minhas coisas guardadas há séculos, encontrei tantos bilhetinhos, tantas cartas, tantas fotos, tantas lembranças... Era uma época de tanta inocência, de sonhos, de uma pureza... época cuja única preocupação, p/ mim, era "ser"... Tento manter essa "delicadeza" e pureza hoje... Mas como é difícil depois de tantas "tempestades e naufrágios"!!!

Eita saudade que bateu...

sábado, 12 de abril de 2008

Eu sorrio, Tu sorris, Ele sorri...

E não sei o que aconteceu comigo hoje...
O que era para ser ainda uma TPM se transformou numa alegria, numa vontade de viver, de curtir a vida, de aproveitar cada segundo... uma coisa louca... tá tudo sorrindo, por dentro...

P.S.: Para os que gostam de chorar por fora mas sorrir por dentro recomendo "Antes que termine o dia"... Belíssimo! E veio a calhar...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Tô fora!

E aproveitando a onda de mau humor...

Gente, O QUE É AQUELA GRACYANNE BARBOSA?!!! Primeiro de tudo: noiva do BELOOOOO!!!! Ô dó! "Segundo de tudo": Que corpo é aquele???!!! (Para as malucas que pensaram que isso é um elogio, meus pêsames!) Aquilo é um corpo ou é uma bomba ambulante, prestes a explodir?! É.. porque é essa a impressão que dá! Eu hein... o abdômen da mulher é mais definido que o do Rambo (antes do botox!)... Sai pra lá, jacaré...

Não enche!



E hoje eu tô num mau humor terríííível!

E quem agüenta tanta ditadura?! Quem agüenta ir descobrindo dia após dia o que roubaram do seu carro?! Quem agüenta tanta pressão?! E tanto trabalho e falta de tempo e gente lerda em todas as partes... ?!!!!!!

Maldita TPM que não passa...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Rifa-se

"Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu..."...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta"
Clarice Lispector

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ser imperfeito...

Ansiedade, indecisão e mania de querer agradar a tudo e a todos
Meus maiores defeitos!
Quando desejo, tem que ser "já";
Quando tenho que escolher entre várias opções, sempre fico no "talvez";
Quando tenho que optar entre fazer algo por mim ou pelos outros, acabo dizendo "sim" à segunda opção.
Essa sou eu... a mulher do "já", do "talvez" e do "sim".

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Segredo



"Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr
Bota força nessa coisa
Que se a coisa pára
A gente fica cara a cara"
Chico Buarque

Nas últimas semanas andei questionando aquele ensinamento que diz que não importa a velocidade, mas sim estar no caminho certo, ou o famoso ditado... "a pressa é inimiga da perfeição."
Descobri que, de vez em quando, na nossa vida, o melhor caminho é não parar...